quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O ingresso da meia criou “asa” e o da inteira está um verdadeiro “chiclete” amargo



Paulo Thadeu Franco das Neves
Paulothadeu.rr@hotmail.com


  O preço dos ingressos continua naquelas “alturas”. E agora eles criaram tal de 1º, 2º e 3º lotes, com os preços variando conforme a demanda. Os promotores de evento insistem em vender o preço único. A pessoa liga para a loja pergunta o valor do ingresso e o atendente tem a cara de pau de responder na bucha o preço da meia, e ao ser questionado sobre se tem a meia, a pessoa do outro lado responde: “esse é o valor da meia”. Ou seja, continuam vendendo o preço único. O ingresso da meia criou “asa” literalmente no último show. Já o próximo show, o valor do ingresso está com sabor de “chiclete” amargo. É sério. Daqui a pouco estarão dizendo que o show é “beneficente”.    Estranho... Eles estão procurando outra forma de maquiar a leia da meia entrada para o estudante, mais isso já não é mais novidade. A Promotoria terá que endurecer a partir de agora com os promotores de eventos que não cumprirem as leis. Mesmo que para isso tenha que cancelar a realização dos shows. Aproveitando o espaço, descrevo de forma resumida 13 pontos de sugestões que encaminhei ao promotor Ademir Teles, da Promotoria de Defesa do Consumidor e da Cidadania referente a audiência pública sobre a meia entrada realizada por aquele órgão:

“1 – Quem está autorizado a expedir a carteira? A lei estadual no artigo 3º denomina as entidades, agremiações, associações devidamente aptas a expedição. No que se refere à medida provisória, essa abertura inclui as escolas secundaristas e faculdades, pois é vedada a exclusividade do documento. É bom deixar claro que o controle das carteiras é das próprias entidades. (...)

2 – Quando a discussão é sobre as carteiras falsas; isso é uma questão criminal. Cabem as entidades, promotores de eventos ao detectarem um documento desta natureza, acionar as autoridades competentes para punir os responsáveis por tal ação. 

3- Se existem três leis (Federal, estadual e municipal), regulamentando o cumprimento da meia entrada, cabe a fiscalização por parte de quem é de direito. As entidades estudantis não podem ser colocadas como fiscalizadoras nos eventos e sim como denunciadoras. O papel de fiscalizar é dos órgãos competentes como Setor de Fiscalização da Prefeitura de Boa Vista, O Ministério Público Estadual, e ainda os próprios poderes executivos, seja o estadual ou Municipal.  Quanto ao Estado, muitos municípios do interior não possuem a lei municipal. A lei estadual entra como guarda-chuva. Muitos promotores de eventos usam os ginásios cedidos pelas prefeituras e administrações regionais ligadas ao Governo Estadual para realizar os seus eventos sem cumprir a lei da meia entrada. Cabe ao MPE encaminhar ofícios a essas representações do Governo do Estado, prefeituras do interior no sentido de condicionar a liberação dos espaços ao cumprimento da Lei. Quando partimos para a capital, encontramos também esse mesmo problema. Os shows são realizados atualmente no estacionamento do Estádio Canarinho e no Parque Anauá. (...)

4 – Quando se questiona que a lei estadual e municipal não determina a apresentação da carteira de estudante, esquece que a Medida provisória no seu artigo 1º, condiciona o direito a meia entrada a apresentação da Carteira Estudantil.

5 – Vale destacar que o uso da carteira estudantil aos menores de 18 anos pode ser substituído pela Carteira de Identidade expedida pelos órgãos de Segurança, conforme a Medida Provisória.

6 – O que se percebe é que ambas as leis se completam. O que falta mesmo é fazer valer a lei. Se houver algumas modificações que seja feita, mas o fato é que se fazermos valer as três que temos com certeza a justiça será feita.

7 – Quanto à discussão de incentivos fiscais. Isso é uma questão de Estado. Cabendo aos promotores de eventos se organizarem e buscar junto a Câmara Municipal e Assembléia Legislativa seus incentivos quanto a eventos esportivos e culturais. Lembrando que o governo federal pretende colocar no próximo ano, o Vale Cultura, que já será uma forma de toda a população carente receber subsídios para ter acesso os diversos eventos esportivos e culturais.

8 – Entidades estudantis nacionais, como UNE e UBES, travam desde o início do ano uma discussão no Congresso Nacional para a criação de uma Lei que regulamenta de vez a meia entrada para os estudantes. (...)

9 – Uma das maiores dificuldades dos estudantes para adquirir os ingressos é quanto à confecção dos lotes de ingressos. Cabe o Setor de Fiscalização da prefeitura municipal de Boa Vista, órgão responsável de liberar os ingressos, acabar de vez com esses lotes. O preço na maioria das vezes muda na colocação de cada lote para venda. É um absurdo. O preço tem que ser único do início ao fim, respeitando a meia entrada.

10 – Quando a questão é saber se devem colocar quotas para a venda de ingressos. Tenho a absoluta certeza de que não vai dar certo. A meia entrada para o estudante  tem que existir enquanto tiver ingressos a venda.(...)

11- Um ponto bastante debatido, diz respeito que somos um estado com bastantes estudantes matriculados e freqüentes, tendo uma capital, Boa Vista, como uma cidade universitária. O argumento dos promotores de eventos é que existem muitas carteiras na cidade. Sim, existem, pois mais da metade da população está sentada em um banco escolar.

12 – A criação de um selo em primeiro lugar feito pelo Setor de Fiscalização do Município de Boa Vista foge da realidade, visto que a lei é Estadual e alguns municípios do interior não teriam condições de confeccioná-los. Já a criação de uma portaria do MPE credenciando as entidades devidamente aptas a expedição é menos onerosa. Por outro lado, a confecção de selos em todas as carteiras da uma maior segurança as mesmas, e ainda, as cédulas dos universitários e pré-vestibulandos poderia ser diferenciado. O recadastramento destes últimos deverá ser feito semestralmente como forma de garantir uma maior transparência no uso da lei.

13 – Cabem as entidades estudantis, criarem um Banco de dados com a relação de todos os estudantes que tiraram a sua carteirinha e encaminhar a quem interessar os nomes para controle na venda dos ingressos. Ou seja, além do estudante apresentar a sua carteirinha na hora da comprar do ingresso, o seu nome seria procurado em um cadastro encaminhado pelas entidades e ali dado como ok. Evitaria que ele comprasse novamente outro ingresso. Além disso, cobrar na entrada dos eventos a carteira de estudante conjuntamente acompanhada da Carteira de Identidade.Uma forma de evitar que uma pessoa esteja usando a carteira estudantil de outra.”
Com a palavra, as autoridades.

3 comentários:

  1. Caro companheiro,
    Infelizmente não vejo a um bom tempo as "Entidades representativas dos estudantes de Roraima" se fazerem representativas.
    vou relatar algo que julgo ser importante para reflexão. Tentei comprar um ingresso para um evento cultural aqui na cidade, me deram a seguinte resposta " o ingresso é promocional e não tem meia-entrada para estudante". Não satisfeito, liguei para os organizadores do evento que deram a mesma resposta. Diante de tudo isso foi a Procon que me orientou ao se deslocar para outro local (Esqueci o nome) para falar com o Promotor do "direito do consumidor", fui muito bem recebido, fiz minha indignação por escrito, o funcionário que me atendeu deu várias informações e disse que no outro dia ligaria para informar o desfecho do assunto, como isso não ocorreu, sendo assim, eu mesmo liguei e o funcionário disse que o promotor já tinha chamado os organizadores do evento e resolvido...resumindo a história o preço continuou do jeito que estava, parei e fiquei pensativo, será que todo esse esforço valeu a pena?
    Procurei os "órgãos representantes do estudantes" mas não os vi,
    parecem que estão em sono profundo e se acordam para se posicionarem na divulgação das carteiras estudantis e contra greves dos professores. Onde está a juventude de atitude que uns tempos atrás se posicionava com "vida e força"? Lembro-me muito de bem de um episódio a alguns anos atrás. em um determinado show os organizadores não quiseram vender meia-entrada, porém, eu e mais de 30 estudantes (dentre eles o representante de uma entidade estudantil) ficamos na frente da bilheteria e a venda de ingresso foi interditada, Cobrávamos a meia-entrada, um tumulto foi criado, deu até polícia, mas no final fomos vistos e respeitados.
    já está na hora dos "representantes dos estudantes acordarem".
    Precisamos "desvirtuar" nós ações das redes sociais da internet para a prática social e melhoria de país mais junto.

    abraços,

    Fagner Vieira

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